Fortaleza – Solar Fernandes Vieira


Imagem: Mapa da Cultura

O Solar Fernandes Vieira, em Fortaleza-CE, é um casarão em estilo neoclássico, característico do século XIX, com 15 janelões no térreo e 19 sacadas no pavimento superior.

COEPA – Conselho Estadual de Preservação do Patrimônio Cultural do Estado do Ceará
Nome atribuído: Solar Fernandes Vieria (Arquivo Público)
Localização: Senador Alencar, nº 348 – Centro – Fortaleza-CE
Número do Tombamento: Nº 018

Descrição: O Arquivo Público do Estado do Ceará foi criado em 6 de setembro de 1916, como órgão vinculado à Biblioteca Pública. A partir de 1921, fez parte da Secretaria do Interior e Justiça. Em 1968, vinculou-se definitivamente à Secretaria da Cultura do Estado, e desde sua fundação esteve sediado em vários prédios antes de instalar-se, em 1993, na sede atual. O prédio que abriga hoje o Arquivo Público foi construído em 1880 pela família Fernandes Vieira. O Solar dos Fernandes é um casarão em estilo neoclássico, característico do século XIX, com 15 janelões no térreo e 19 sacadas no pavimento superior, que foi recuperado pela Secretaria da Cultura do Estado.

O Arquivo Público foi criado com a finalidade de recolher, conservar e organizar os documentos oriundos da administração da antiga Capitania, Província e atual Estado do Ceará. Seu acervo é composto de correspondências, processos, relatórios, censos, certidões, inventários, mapas, plantas e diversos outros documentos, provenientes dos Poderes Executivo, Legislativo, Judiciário (Extra-Judiciário) e, também, de particulares, desde o século XVII.

A diversidade de documentos e a pluralidade de temas e objetos da história local e nacional nos fazem pensar quão importante é a democratização desse acervo para a história brasileira. Entre os documentos existentes em seu acervo destacam-se: cópia do Diário da expedição de Matias Beck ao Ceará no século XVII; registros de Datas de Sesmarias do século XVII ao XIX; inventários de vultos da história cearense, como o Coronel Tristão Gonçalves de Alencar Araripe; documentação das Câmaras Municipais e da Guarda Nacional.

Há também documentos de natureza particular, como é o caso do Acervo da Firma Boris Frères, que retrata a dinâmica das atividades econômicas do Ceará da segunda metade do século XIX a meados do século XX, e do Acervo Virgílio Távora, composto de variada documentação oficial e particular pertencente ao político que governou o Ceará de 1963 a 1966 e de 1979 a 1982.

Através de uma política de modernização, elaborada de acordo com o novo Regimento, procura o Arquivo Público responder com eficácia aos desafios da modernidade que se lhe defronta, mantendo-se, porém, fiel ao passado cheio de tradições e glórias do povo cearense. Por meio da reorganização de sua vasta documentação, da preservação e informatização de seu acervo, procura o Arquivo Público garantir acesso ao expressivo número de professores, pesquisadores, estudantes e do público em geral.
Fonte: Coepa.

Histórico do município: Capitania dependente, o Ceará teve a sua formação econômica iniciada no século XVII com a pecuária, para fornecer carne e tração à economia açucareira estabelecida na Zona da Mata. E Fortaleza, fundada em 13 de abril de 1726, ficou à margem.

Nessa fase, a cidade primaz era Aracati. Icó, Sobral e Crato também ocupavam o primeiro nível na hierarquia urbana no final do século XVIII. Ao contrário de Aracati, de Icó e de outras vilas setecentistas fundadas nas picadas das boiadas, Fortaleza achava-se longe dos principais sistemas hidrográficos cearenses – as bacias dos rios Jaguaribe e Acaraú – e, portanto, à margem da atividade criatória, ausente dos caminhos por onde a economia fluía no território.

Por todos os setecentos, a vila não despertou grandes interesses do Reino, não tendo desenvolvido qualquer atividade terciária. Mas, em 1799, coincidindo com o declínio da pecuária (a Seca Grande de 1790-1793 liquidou com a atividade), a Capitania tornou-se autônoma, passando a fazer comércio direto com Lisboa, através, preferencialmente, de Fortaleza, que se torna a capital.

De 1808 em diante, com a abertura dos portos, o intercâmbio estendeu-se às nações amigas e, em especial, à Inglaterra, para onde o Ceará fez, em 1809, a primeira exportação direta de algodão.

Como capitania autônoma, o Ceará ingressava então na economia agroexportadora. O viajante inglês Henry Koster, que, exatamente nessa época (1810), visitou Fortaleza, não a enxergava com otimismo: “Não obstante a má impressão geral, pela pobreza do solo em que esta Vila está situada, confesso ter ela boa aparência, embora escassamente possa este ser o estado real dessa terra. A dificuldade de transportes (…), e falta de um porto, as terríveis secas, [todos esses fatores] afastam algumas ousadas esperanças no desenvolvimento da sua prosperidade”.

Em 1822, com o Brasil independente, o Ceará passou a província; no ano seguinte, a vila de Fortaleza foi elevada a cidade, o que robusteceu o seu papel primaz, dentro já da política de centralização do Império. As propriedades agropecuárias da província, a principal riqueza de então, pertenciam a pouco mais de 1% da população livre. Dado que a Lei de Terras, de 1850, só fez contribuir para a concentração fundiária, estavam fincadas então as bases das desigualdades de renda e riqueza que, embora em menor proporção, observam-se até os dias atuais no Ceará e em Fortaleza.
Fonte: Prefeitura Municipal.

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