Jundiaí – Argos Industrial


Imagem: Mário Sérgio

A Argos Industrial, em Jundiaí-SP, é o último remanescente têxtil-industrial que mantém leitura de conjunto na cidade.

CONDEPHAAT – Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico
Nome atribuído: Edifícios da Argos Industrial, sua Creche e Vila Operária
Localização:  R. Dr. Cavalcanti, nº 396, 341 e 351 – Centro – Jundiaí-SP
Número do Processo: 31605/1994
Resolução de Tombamento: Resolução SC-65, de 19/12/2017
Publicação do Diário Oficial:  Poder Executivo, Seção I, 21/12/2017, p. 57-58
Tombamento Homologado
Uso Atual: Complexo Educacional e Cultural “Argos”

Descrição: A Argos é o último remanescente têxtil-industrial que mantém leitura de conjunto em Jundiaí, cidade importante para este setor no Estado. Sua implantação na Vila Arens é fruto de condições favoráveis ao desenvolvimento industrial, como três ferrovias (Cia. Ituana, Cia. Paulista e São Paulo Railway), a existência de rios, a topografia da região e o fornecimento de energia elétrica pela Companhia de Força e Luz de Jundiaí. É uma empresa representante da segunda fase da industrialização têxtil paulista, em momento de expansão.
A creche, a primeira do município ligada a uma indústria, é remanescente de uma política de solidariedade horizontal, iniciada pelos trabalhadores. Os remanescentes da Argos utilizam concreto e elementos ornamentais que remetem à linguagem arquitetônica do Art Decó, distinta daquelas adotadas em instalações industriais já tombadas. As relações trabalhistas transcenderam o ambiente fabril, impactando nas relações sociais dos trabalhadores. Tais edifícios são importantes para a perpetuação da memória operária industrial, de fundamental relevância para a
compreensão da História paulista.
Fonte: Processo de Tombamento.

Elementos tombados:
I – Perímetro: Inicia na esquina oeste da Rua José do Patrocínio com a Rua XV de Novembro e segue sentido noroeste; deflete a sudoeste na Rua Monteiro Lobato; deflete a sudeste na Avenida Doutor Cavalcanti; deflete a sudoeste na projeção em linha reta dos muros de divisa entre os lotes da Creche Argos e o imóvel à Av. Dr. Cavalcanti, 433/439 e segue pelos referidos muros; deflete a sudeste na Rua Pompeu Tomazini; deflete a nordeste na Rua Candido José de Oliveira; deflete a sudeste na Av. Dr. Cavalcanti; deflete a nordeste Rua José do Patrocínio e segue até o ponto inicial, conformando assim o perímetro.
II – Edifício da Fiação (atual biblioteca Nelson Foot), voltado para a Rua José do Patrocínio.
III – Edifício da Fiação e Confecção (atual TV Jundiaí), situado no interior da quadra, com acesso pela Av. Dr. Cavalcanti e Rua José do Patrocínio.
IV – Edifícios das Oficinas Mecânicas, situado no interior da quadra, com acesso pela Av. Dr. Cavalcanti.
V – Edifício de Estoque de Algodão (Secretaria de Educação) e depósitos anexos, voltado para as Ruas José do Patrocínio, XV de Novembro e Monteiro Lobato.
VI – Antigo Armazém, situado na esquina da Av. Dr. Cavalcanti com a Rua Monteiro Lobato.
VII – Filtro situado no interior da quadra, com acesso pela Av. Dr. Cavalcanti.
VIII – Portaria e anexos, voltados para a Av. Dr. Cavalcanti.
IX – Chaminé, voltada para a Rua José do Patrocínio.
X – Creche, situada à Av. Dr. Cavalcanti, 341/351.
XI – Vila Argos, constituída pelas Casas de Funcionários, situadas à Rua Monteiro Lobato, 199, 201, 211, 213, 225, 227, 237, 239, 251, 253, 263, 265, 277, 279, 289, 291 e s/n.
Fonte: Processo de Tombamento.

Prefeitura Municipal – Secretaria da Educação e Cultura
Nome atribuído: Chaminé da Antiga Fábrica da Argos Industrial S/A
Localização: Av. Dr. Cavalcanti, nº 396 – Centro – Jundiaí-SP
Número do Processo: Lei nº 3629/1990

Descrição: A história da fiação e tecelagem Argos confunde-se com a história de muitas famílias jundiaienses e com a história da indústria têxtil local e nacional, neste século.
Da labuta de seus operários – homens e mulheres, jovens então e hoje anciãos, encanecidos pelo tempo depositários de lembranças acumuladas entre as suas máquinas -, produzia a Argos para os mercados interno e externo: seus brins vestiam a todos, até mesmo nas Forças Armadas. Ao chamado de apito da fábrica, legiões de trabalhadores deixavam suas casas rumo à Argos (e as outras fábricas também, já que o apito da Argos tornara-se tradição de pontualidade para toda a cidade).
Desativada a fábrica, falida a empresa, resta ainda importante conjunto de prédios (adquiridos pelo Município) e, em seu meio, a vistosa chaminé – obra de mais de setenta anos de idade e de quase quinze metros de altura, a simbolizar grandeza do trabalhador e da indústria jundiaienses.
Localizada na Avenida Dr. Cavalcanti, a Argos Industrial foi fundada no dia 27 de fevereiro de 1913, sob a denominação de Sociedade Industrial Jundiaiense. No mesmo ano, o nome foi alterado para Sociedade Argos Industrial. Entre 1917 e 1927, foram realizadas novas alterações na razão social: 1917 – Manufatura Italiana de Tecidos S.A.; 1919 – Trevisoli Borin & Cia Ltda.; 1925 – Manufatura Italiana de Tecidos S.A.; 1927 -Argos Industrial S.A., denominação que permaneceu até 1984.
Durante muitos anos a tecelagem foi o carro-chefe da produção, e mesmo com a modernização da confecção não deixou de se mostrar inovadora. A Argos produziu gabardines (tipo de tecido) de primeira linha e o famoso verde-oliva para vestir o Exército. Administrada por Estevão Kiss durante 17 anos, a Argos cresceu; além de usar produções próprias de algodão, a empresa ainda comprava das cidades vizinhas. A plantação de eucalipto, no antigo brejo ao lado da fábrica, tinha como objetivo secar o solo e, na idade adulta, alimentar as caldeiras.
No início da década de 1980, a empresa foi decaindo em função de crises. Com a falência, a Argos fechou as portas e demitiu os funcionários, pondo fim num império industrial. Hoje, o local abriga o Complexo Argos, destinado à formação e capacitação de professores da rede municipal de ensino, a Secretaria Municipal de Educação, a Televisão Educativa de Jundiaí (TVE), o Instituto Federal de Jundiaí, a Biblioteca Nelson Foot e outros aparelhos públicos que dão nova vida à estrutura.
A Chaminé marca a relação entre passado e presente, pois, ao usufruir dos serviços dispostos no Complexo Argos – o cidadão encontrará na estrutura, o traço marcante do início da industrialização em Jundiaí. As famílias poderão saudar seus antepassados, assim como os ex- funcionários que poderão se empoderar daquilo que lhe é patrimônio da construção do trabalho do povo jundiaiense.
Fonte: Prefeitura Municipal.

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