Itaboraí – Ruínas do Convento de São Boaventura


Imagem: Patrimônio Fluminense

As Ruínas do Convento de São Boaventura se destacam majestosas no sítio, onde existiu no século XVIII a antiga Vila de Santo Antônio de Sá.

IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
Nome atribuído: Ruínas do Convento de São Boaventura na Fazenda Macacu
Localização: Fazenda Macacu – Itaboraí – RJ
Número do Processo: 690-T-1963
Livro do Tombo Histórico: Inscr. nº 476, de 28/04/1980
Descrição: As histórias do convento de São Boaventura de Macacu e da Vila de Santo Antônio de Sá praticamente caminharam juntas. A vila teve início com uma concessão de sesmarias em 1567, em terras banhadas pelos rios Macacu e Cassarebu, onde formou-se um povoado. Em 1612, época do início da então freguesia de Santo Antônio de Macacu ou Casserebu, foi fundada uma capela em homenagem a Santo Antônio. Com o crescimento da população houve a recomendação de se construir um convento no local, que vem a ser justamente o de São Boaventura. A freguesia tornou-se vila em 1697, recebendo o nome de Vila de Santo Antônio de Sá, em homenagem a Arthur de Sá Menezes que foi pessoalmente elevar essa freguesia a categoria de vila, a qual passou a atuar como importante entreposto comercial, abrangendo os atuais municípios de Magé, Itaboraí, Sant’Ana de Japuíba e Rio Bonito. A decadência da vila teve início com as chamadas febres de Macacu (cólera e malária) ocorridas em 1828/1829 e 1836 devido à insalubridade do local, resultante da formação de bancos de areia na foz do rio Macacu e das chuvas que, após um período de seca, levaram ao trasbordamento do rio, inutilizando as terras. A criação da estrada de ferro, em 1860, foi mais um golpe que cooperou para a extinção da vila. Freguesias foram se desmembrando de Santo Antônio de Sá, os moradores abandonaram a região, os frades deixaram o convento, até que a vila extingui-se, restando as ruínas da torre da igreja matriz e do convento.
Hoje o centro da vila está dentro das terras da Fazenda Macacu (propriedade particular) sendo ocupado por uma plantação de laranjas, por mato e servindo de pasto ao gado. Quanto ao convento, este começou como um recolhimento, em 1649, e em 1650 a comunidade franciscana passou a ocupá-lo, onde permaneceu até 1670, data do término da construção do novo convento que começou a ser edificado em 1660. O noviciado teve início a partir de 1672, funcionando porém com várias interrupções. O convento foi submetido a reformas e em 1704 ficaram prontas sua torre e sua igreja. Em 1710 foi fundada na vila a Ordem Terceira, funcionando em uma capela lateral no corpo da igreja dos frades. Novas obras ocorreram e de 1784 a 1788 houve a reconstrução do convento, quando os terceiros fizeram sua capela separada da igreja conventual. O que resta das ruínas pertence a esse período (século XVIII). Sua decadência culminou também com as febres de Macacu. Os religiosos deixaram o convento e, nos anos seguintes, foi enviado um guardião para lá. O último deixou no Convento de Santo Antônio (RJ), um inventário das alfaias do convento de Macacu, feito em 1841, significando que o abandono deste convento deu-se nessa época. Suas ruínas foram tombadas pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (INEPAC) em 1978 e pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) em 1980.
Fonte: Iphan.

INEPAC – Instituto Estadual do Patrimônio Cultural
Nome Atribuído: Ruínas do Convento de São Boaventura (Ruínas do Convento de Macacu)
Localização: Delta do Rio Macacu, próximo ao Porto das Caixas – Itaboraí-RJ
Processo de Tombamento: E-03/33.714/78
Tombamento Provisório: 11/12/ 1978
Descrição: Envolvidas por um cenário natural de extrema beleza, as ruínas do convento se destacam majestosas no sítio, onde existiu no século XVIII a antiga Vila de Santo Antônio de Sá. Apresenta o mesmo partido arquitetônico do convento de Santo Antônio, na Cidade do Rio de Janeiro – casa conventual, torre sineira, igreja e capela da Irmandade – ambos da ordem franciscana. Em 1874 iniciou-se a construção da igreja da Ordem Terceira. De 1829 a 1840, uma epidemia dizimou a população da Vila e causou o abandono do Convento pelos franciscanos. Em 1922 as ruínas passaram aos beneditinos e, posteriormente, as terras foram vendidas a diversos proprietários.
Fonte: Inepac.

FOTOS:

MAIS INFORMAÇÕES:
Inepac
Secretaria de Estado de Cultura
Patrimônio Fluminense
Patrimônio de Influência Portuguesa
Frei Sandro Roberto da Costa
Wikimapia


3 comments

  1. Ubireval Alencar |

    UM CONVENTO, UM ABRIGO DE FÉ E ESPERANÇAS.

    Pessoas distraídas olham de passagem para o esqueleto do monumento ali jogado.
    Poucos querem imaginar o celeiro de homens que entregaram suas vidas a Deus, na formação de uma vida religiosa, conventual.
    Raros ainda se põem a imaginar que muitos enamorados aí estiveram fazendo juras de amor eterno, outros tantos foram levar suas filhas ao altar, e devotos agradecidos estiveram entregando as primícias da vida para o batismo dos filhos e netos.
    Não são ruínas à vista, não é o esqueleto de tijolos. AÍ resiste a alma de uma cidade, aí nos escombros podem ser encontradas alianças que se partiram, um marido que não mais veio acompanhar a esposa nas preces dominicais.
    É o choro comedido de cada coração, magoado pela intempérie do descaso.
    Cada coluna, cada tijolo que ainda resta, é um TESTAMENTO vivo da sua fé ali depositada.
    E deixaram estupidamente que esses e nossos valores afundeassem.
    Malogro do tempo, violação do sentimento mais puro da moça que ali foi abençoada para constituir sua nova família.
    Servia de consolo à viúva que não mais tinha companhia do esposo, fiel às cerimônias do templo.
    E um SACERDOTE anônimo, frade ou padre, ainda vagueia por entre ruínas amigas.

  2. Não sei porque não é aberto para visitação pública…. Para conhecer às ruínas de perto, só fazer como eu fiz. Voando de Paramotor.

Deixe um Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.