Registro – Fábrica de chá Amaya


Imagem: Dossiê de Tombamento

A Fábrica de chá Amaya, em Registro-SP, foi tombada por sua importância cultural.

IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
Nome atribuído: Bens Culturais da Imigração Japonesa no Vale do Ribeira – Fábrica de Chá Amaya
Localização: Registro-SP
Número do Processo: 1565-T-2008
Livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico : Iscrito em 03/2013
Livro do Tombo Histórico: Iscrito em 03/2013
Livro do Tombo de Belas Artes: Iscrito em 03/2013
DOSSIÊ DE TOMAMENTO

Descrição: A Fábrica de Chá Amaya é uma das mais antigas empresas familiar deste segmento no Brasil, com mais de 80 anos de história cultivando e produzindo o chá.
Fonte: site da empresa.

Descrição: O complexo fabril Amaya é dos maiores ainda em atividade na região. Diversos galpões de proporções retangulares e quase todos com um pavimento são dispostos em forma de “U”. No meio deste, situa-se a residência original da família, construída segundo a técnica e estética oriental. Nos galpões pode-se perceber alguns vestígios da tecnologia japonesa de sambladuras, sobretudo nas coberturas, como no galpão situado mais ao fundo do terreno. No geral, estão modifcados pelas reIormas impostas pelas adaptaoões tecnológicas de processamento de chá. Uma pequena construção na lateral dos galpões, junto à chaminé de tijolos aparentes, tem o telhado irimoya, característico das construções japonesas.
Fonte: Nascimento; Scifoni, 2008, p. 40.

Descrição: Durante a segunda guerra, as difculdades com o comércio internacional no Pacífco, estimularam a exportação do chá de Registro, transformando o Brasil, da condição de importador em exportador. Nesta época Registro chegou a ter 42 fábricas de chá, a maior parte de pequeno porte e espalhadas pelos bairros rurais. A expansão do cultivo em Registro foi de tal ordem que o município concentra a quase totalidade da produção do Brasil: entre 98% e 99% do chá preto exportado pelo Brasil vem do Vale do Ribeira, e na região, Registro destaca-se como o grande produtor. A produção em Registro se concentra, hoje, entre pequenos e médios proprietários, em propriedades de 20 a 50 hectares, muitos dos quais vendem sua produção para as fábricas que funcionam no município.
[…]
A partir da adoção do chá como forma de cultivo pelos colonos japoneses, incrementada após o fracasso da produção de café na região e a alta do preço internacional do chá após a crise de 1929, estabeleceu-se uma nova tipologia industrial: a fábrica de chá. Aquelas construídas em Registro remetem diretamente ao empreendimento colonizador de Registro e fazem parte dos processos históricos de adaptação e recriação do meio. O conjunto das terras cultivadas, junto com as fábricas e residências, é exemplar das relações entre comunidade-natureza, na quais a paisagem aparece como trabalho do produto humano a partir da natureza como matéria prima. Importante destacar que a paisagem traz a marca das diferentes temporalidades da relação sociedade-natureza, aparecendo, assim, como produto de uma construção que é social e histórica e que se dá a partir de um suporte material, a natureza. A natureza é matéria-prima a partir da qual as sociedades produzem a sua realidade imediata, através de acréscimos e transformações a essa base material. Nesse sentido, a perspectiva da paisagem cultural implica em Tue se identifTue as relaoões estabelecidas, nos vários momentos históricos, entre as comunidades locais e a natureza, considerada matéria-prima para a apropriação social.
As fábricas de chá são grupo de edifcações fabris extremamente importantes na ocupação da região, presentes como atividade principal ou como alternativa econômica ao café desde praticamente os momentos iniciais da imigração. Diversas foram alteradas ou demolidas, e, em geral, não conservam as características originais.
As fábricas de chá que compõem a paisagem cultural do município de Registro são, grosso modo, galpões para o abrigo do maquinário e com área para o murchamento das folhas. Estas são as instalações mais características das fábricas de chá, pois se compõe de um salão amplo em que se dispõem os brotos para murchamento e desidratação por meio de ventilação natural. Não se sabe muito sobre os processos de elaboração destas construções. Kuniyoshi, Segawa e Pires (1985) apontam que à época da instalação das mesmas, técnicos japoneses vieram ao país para orientar os produtores. Acredita-se que dessa orientação veio o partido assobradado das edifcaoões, com salão superior livre de pilares centrais e térreo para processamento das folhas. As fábricas apresentam dimensões semelhantes, cerca de 7 x 14 metros e as técnicas construtivas, em geral, são as mesmas empregadas das moradias, estrutura independente de madeira, com vedações em taipa ou tijolos.
Fonte: Nascimento; Scifoni, 2008, p. 37-39.

FOTOS:

MAIS INFORMAÇÕES:
IPHAN
Nascimento; Scifoni
site da empresa


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