Pinheirinho do Vale – Sítio de Batalha da Coluna Prestes e Túmulo do Tenente Portela


Imagem: Iphae

O Sítio de Batalha da Coluna Prestes e Túmulo do Tenente Portela, em Pinheirinho do Vale-RS, foi tombado por sua importância cultural.

IPHAE – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado
Nome Atribuído: Sítio de Batalha da Coluna Prestes e Túmulo do Ten. Portela
Localização: Acesso pela RS 528 – margens do Rio Pardo – Pinheirinho do Vale-RS
Número do Processo: 000562-1100/13-8
Portaria de Tombamento: 87/2013
Livro Tombo: Inscr. Nº 135, de 06/12/2013
Publicação no Diário Oficial: 08/11/2013

Descrição: Este tombamento refere-se à área onde foi construído o túmulo do Tenente Mário Portela Fagundes, local da batalha ocorrida em 1925 às margens do Rio Pardo, no interior do município de Pinheirinho do Vale. O local onde se encontra o monumento em homenagem ao Tenente Portela e seus companheiros, representado pelo túmulo e 30 cruzes, simbolizando os que ali morreram em combate, constitui um local de referência para a população e visitantes interessados nesse período da nossa história, da formação da Coluna Prestes. Além desse aspecto, o sítio se reveste de valor ambiental, pois está situado em local tombado da Mata Atlântica, às margens do rio Pardo e cercado pela mata nativa.
O destaque atribuído ao sítio histórico em questão tem como causa primeira a projeção adquirida pela marcha da Coluna Prestes, após a morte de Portela. A coluna Costa-Prestes, liderada por Miguel Costa e Luis Carlos Prestes e consagrada popularmente como Coluna Prestes, constituiu-se como a expressão político-militar máxima do tenentismo, movimento liderado por oficiais das Forças Armadas que contestou, na década de 1920, aspectos do Estado e da dinâmica característica da Primeira República e do o governo do então presidente Artur Bernardes. Houve levantes no Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul e outros estados.
Prestes tinha sido transferido para Santo Ângelo (RS), onde entrou em contato com outros militares que conspiravam contra o governo federal e assumiu a liderança da revolta. Após lutas com tropas legalistas, os sublevados marcharam para o norte, unindo-se com os revoltosos paulistas. Depois de percorrer vários estados do país, enfrentando as forças do governo, os revoltosos depuseram as armas em fevereiro de 1927. A Coluna Prestes, como expressão indispensável da compreensão do fenômeno do tenentismo, caracterizou-se como um episódio da história brasileira constituinte das transformações pelas quais passava o país na primeira metade do século XX. A marcha de aproximadamente 24 mil quilômetros percorreu territórios de 11 estados brasileiros, caracterizando-se também como um feito notável no âmbito militar.
Às margens do Rio Pardo, na região do Alto Uruguai, o Tenente Portela montou acampamento no dia 24 de janeiro de 1925. Ali houve um confronto entre o pequeno grupo de tenentistas, composto por homens do 1º Batalhão Ferroviário de Santo Ângelo, e forças do 6º Corpo Auxiliar da Brigada Militar, que levou à morte de Portela e seus comandados.
Ainda hoje a área é vista pelos moradores da região como um lugar especial de memórias e valores, constituindo uma “paisagem cultural”, Evidência da relevância do espaço para grupos da região é a própria existência do monumento dedicado aos que tombaram e a designação de Cemitério dos Prestes ao lugar, que surgiu possivelmente da visita realizada por Luis Carlos Prestes em 1958. A relação entre o sítio, a Coluna Prestes e, consequentemente, o movimento tenentista, é bastante consistente, tendo em vista que se trata de um consenso entre os historiadores que a Marcha é o ápice do movimento protagonizado pelos jovens oficiais da década de 1920.
Outro modo por meio do qual a comunidade expressou o seu apreço pelo sítio histórico foi através de uma celebração anual, o chamado Canto dos Bravos. A festividade de música tradicionalista, organizada por CTG da região com apoio da Prefeitura Municipal, escolheu aquele lugar para as apresentações justamente por causa de seu significado associado à bravura.
Foi tombada a área delimitada pela poligonal formada pelos seguintes vértices: VÉRTICE A: início da poligonal – intersecção do segmento que passa pela margem (sul) do Rio Pardo e o segmento que passa pela linha de divisa entre os lotes 84 e o lote 83; VÉRTICE B: intersecção do segmento anterior com o segmento que passa pela linha de divisa entre a fração de terras desmembrada do lote rural nº 84, e o lote rural nº 84, ao sul; VÉRTICE C: intersecção do segmento anterior com o segmento que passa pela linha de divisa com o lote rural nº 84, a leste; VÉRTICE D: intersecção do segmento anterior com o segmento que passa pela margem do Lajeado Pardo, passando pelo vértice A e fechando a poligonal.
Fonte: IPHAE.

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