Fortaleza – Sobrado Dr. José Lourenço


Imagem: Google Street View

O Sobrado Dr. José Lourenço, em Fortaleza-CE, foi construído na segunda metade do século XIX. Uma das primeiras edificações de três andares construída no Estado.

COEPA – Conselho Estadual de Preservação do Patrimônio Cultural do Estado do Ceará
Nome atribuído: Sobrado Dr. José Lourenço
Localização: R. Major Facundo, nº 154 – Centro – Fortaleza-CE
Número do Tombamento: Nº 024

Descrição: O nome do Sobrado é uma justa homenagem ao seu primeiro proprietário, o Doutor José Lourenço de Castro Silva (1803-1874). Médico íntegro, respeitado homem público, ele utilizou o casarão como residência e consultório. Foi Deputado na Assembléia Legislativa Provincial do Ceará por três mandatos: 1838-1839, 1840-1841 e 1846-1847. Recebeu, em 1871, o título de Comendador da Imperial Ordem de Cristo por serviços prestados à Instrução Pública, da qual chegara a ser diretor geral interino.

Construído na segunda metade do século XIX, o sobrado da rua da Palma – atual Major Facundo – é testemunha de épocas distintas da história do Ceará. Uma das primeiras edificações de três andares construída no Estado, o Sobrado Dr. José Lourenço, como hoje é chamado e reconhecido, já teve múltiplos usos. Foi moradia, consultório médico, oficina de marcenaria, repartição pública, bordel. Tombado pela Secretaria da Cultura do Ceará (Secult), foi restaurado em 2006 pelo Governo do Estado, com patrocínio da Oi, através da Lei Rouanet, e parceria da Oi Futuro. Inaugurado em 31 de julho de 2007, hoje funciona como espaço de convivência das artes visuais do Ceará.

RESTAURO: O edifício apresenta linguagem arquitetônica neoclássica e trata-se de um dos sobrados mais altos da Fortaleza antiga, composto de três pavimentos. A fachada principal é coroada com um frontão triangular, de tímpano preenchido por motivos ornamentais fitomórficos, e apresenta janelas de rasgo e de peito envoltas em arcos plenos nos segundo e terceiro pavimentos, respectivamente.

Entre os demais sobrados, a edificação se destaca por possuir um telhado prismático de quatro águas e pelo tratamento dado às fachadas laterais, que possuem janelas de peito que dão para telhados vizinhos e cornijas acompanhadas por frisos de azulejos, características essas atípicas de um sobrado unido às suas divisas.

Em 2006, o Sobrado foi restaurado com auxílio dos alunos da Escola de Artes e Ofícios Thomaz Pompeu Sobrinho, que preservaram detalhes originais de florões, azulejos e rosáceas, revelaram fragmentos de pinturas ocultas, ao longo dos anos, por sucessivas camadas de tinta e histórias.
Fonte: Coepa.

Descrição: José Lourenço de Castro e Silva nasceu no Aracati em 3 de agosto de 1805. Médico, sua especialidade, a oftalmologia. Como político militou no partido liberal, sendo eleito deputado e figurado em uma lista senatorial em 1866. Faleceu em Fortaleza a 13 de agosto de 1874.

As indicações concernentes à data de construção do sobrado do Dr. José Lourenço permitem afirmar com segurança serem os limites máximos definidos pelos anos de 1845 e 1874, no lado par do quarteirão da rua da Palma (Major Facundo), entre as atuais ruas Castro e Silva e Senador Alencar.

No ano seguinte à morte do Dr. José Lourenço, a família alugou o sobrado ao Tribunal de Relação de Fortaleza, repartição judicial hoje correspondente ao Tribunal da Justiça do Estado. Também funcionou no sobrado a Fênix Caixeiral (Raimundo Girão) e a Prefeitura Municipal de Fortaleza (Mozart Aderaldo).

A notável localização do sobrado do Dr. José Lourenço na Fortaleza oitocentista pode ser percebida pelo ponto focal que hoje ocupa no reduzido conjunto de arquitetura do passado ainda remanescente. O edifício apresenta linguagem neoclássica e trata-se de um dos sobrados mais altos da cidade antiga, composto de três pavimentos. A fachada principal é coroada com um frontão triangular, com o tímpano preenchido por motivos ornamentais fitomórficos, e apresenta janelas de rasgo e de peito envoltas em arcos plenos nos segundo e terceiro pavimentos, respectivamente.

Destaca-se entre os demais sobrados por possuir um telhado prismático de quatro águas e pelo tratamento dado às fachadas laterais, que possuem janelas de peito que dão para telhados vizinhos e cornijas acompanhadas por frisos de azulejos, características essas atípicas de um sobrado unido à suas divisas.
Fonte: Coepa.

Histórico do município: Capitania dependente, o Ceará teve a sua formação econômica iniciada no século XVII com a pecuária, para fornecer carne e tração à economia açucareira estabelecida na Zona da Mata. E Fortaleza, fundada em 13 de abril de 1726, ficou à margem.

Nessa fase, a cidade primaz era Aracati. Icó, Sobral e Crato também ocupavam o primeiro nível na hierarquia urbana no final do século XVIII. Ao contrário de Aracati, de Icó e de outras vilas setecentistas fundadas nas picadas das boiadas, Fortaleza achava-se longe dos principais sistemas hidrográficos cearenses – as bacias dos rios Jaguaribe e Acaraú – e, portanto, à margem da atividade criatória, ausente dos caminhos por onde a economia fluía no território.

Por todos os setecentos, a vila não despertou grandes interesses do Reino, não tendo desenvolvido qualquer atividade terciária. Mas, em 1799, coincidindo com o declínio da pecuária (a Seca Grande de 1790-1793 liquidou com a atividade), a Capitania tornou-se autônoma, passando a fazer comércio direto com Lisboa, através, preferencialmente, de Fortaleza, que se torna a capital.

De 1808 em diante, com a abertura dos portos, o intercâmbio estendeu-se às nações amigas e, em especial, à Inglaterra, para onde o Ceará fez, em 1809, a primeira exportação direta de algodão.

Como capitania autônoma, o Ceará ingressava então na economia agroexportadora. O viajante inglês Henry Koster, que, exatamente nessa época (1810), visitou Fortaleza, não a enxergava com otimismo: “Não obstante a má impressão geral, pela pobreza do solo em que esta Vila está situada, confesso ter ela boa aparência, embora escassamente possa este ser o estado real dessa terra. A dificuldade de transportes (…), e falta de um porto, as terríveis secas, [todos esses fatores] afastam algumas ousadas esperanças no desenvolvimento da sua prosperidade”.

Em 1822, com o Brasil independente, o Ceará passou a província; no ano seguinte, a vila de Fortaleza foi elevada a cidade, o que robusteceu o seu papel primaz, dentro já da política de centralização do Império. As propriedades agropecuárias da província, a principal riqueza de então, pertenciam a pouco mais de 1% da população livre. Dado que a Lei de Terras, de 1850, só fez contribuir para a concentração fundiária, estavam fincadas então as bases das desigualdades de renda e riqueza que, embora em menor proporção, observam-se até os dias atuais no Ceará e em Fortaleza.
Fonte: Prefeitura Municipal.

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