Fortaleza – Hotel do Norte


Imagem: Google Street View

O Hotel do Norte, em Fortaleza-CE, foi tombado por sua importância cultural.

COEPA – Conselho Estadual de Preservação do Patrimônio Cultural do Estado do Ceará
Nome atribuído: Hotel do Norte (Sedes do IAB-CE, da Orquestra Filarmônica do Estado do Ceará e Museu da Indústria)
Localização: R. Floriano Peixoto, esquina com R. Dr. João Moreira – Fortaleza-CE
Número do Tombamento: Nº 021
Resolução de Tombamento: Decreto Nº 23.829, de 29/08/1995
Uso Atual: Museu da Indústria

Descrição: O edifício onde funcionou o antigo Hotel do norte foi construído no final do século XIX. Com a desativação do hotel, passou a abrigar as instalações da Sociedade União Cearanse e, entre 1895 e 1935, serviu de sede para os Correios e Telégrafos. Posteriormente, foi adquirido pela “The Ceará Tramway Light abd power Co. Ltda.”, companhia inglesa que explorou a energia elétrica e o serviço de bondes da cidade, passando mais tarde a pertencer à Companhia Elétrica do Ceará – COELCE.

Situada em frente ao passei público, na esquina das ruas Floriano Peixoto e Dr. João moreira, a edificação tem planta de forma retangular, com dois pavimentos, ligados por escadaria trabalhada em ferro fundido, importada da Europa.

No interior merecem destaque os amplos salões do pavimento superior, que ainda conservam o piso original, em tábua corrida. Construída no sistema de alvenaria autoportante e com coberta em telha de barro e estrutura de madeira oculta pelas platibandas das fachadas, o prédio possui características da arquitetura eclética cearense.

O edifício sofreu seguidas reformas e alterações, mas suas fachadas ainda mantém as linhas originais. Nelas destacam-se as aberturas, todas com vergas em arco pleno, senda as do piso superior protegidas por balcões de ferro. Na fechada principal, voltada a praça, uma armação em ferro fundido marca as portas centrais.

O coroamento do edifício é feito por cornija e platibanda, onde, na parte central, é interrompida por elementos metálicos. Sobre a platibanda, pináculos de alvenaria trabalhados fazem os arremates. No ano de 1995, o prédio foi tombado pelo patrimônio histórico do estado e atualmente está sendo recuperado, devendo funcionar futuramente como memorial da indústria, sede do IAB- Departamento do estado e da orquestra Filarmônica do estado do ceará.
Fonte: Coepa.

Histórico do município: Capitania dependente, o Ceará teve a sua formação econômica iniciada no século XVII com a pecuária, para fornecer carne e tração à economia açucareira estabelecida na Zona da Mata. E Fortaleza, fundada em 13 de abril de 1726, ficou à margem.

Nessa fase, a cidade primaz era Aracati. Icó, Sobral e Crato também ocupavam o primeiro nível na hierarquia urbana no final do século XVIII. Ao contrário de Aracati, de Icó e de outras vilas setecentistas fundadas nas picadas das boiadas, Fortaleza achava-se longe dos principais sistemas hidrográficos cearenses – as bacias dos rios Jaguaribe e Acaraú – e, portanto, à margem da atividade criatória, ausente dos caminhos por onde a economia fluía no território.

Por todos os setecentos, a vila não despertou grandes interesses do Reino, não tendo desenvolvido qualquer atividade terciária. Mas, em 1799, coincidindo com o declínio da pecuária (a Seca Grande de 1790-1793 liquidou com a atividade), a Capitania tornou-se autônoma, passando a fazer comércio direto com Lisboa, através, preferencialmente, de Fortaleza, que se torna a capital.

De 1808 em diante, com a abertura dos portos, o intercâmbio estendeu-se às nações amigas e, em especial, à Inglaterra, para onde o Ceará fez, em 1809, a primeira exportação direta de algodão.

Como capitania autônoma, o Ceará ingressava então na economia agroexportadora. O viajante inglês Henry Koster, que, exatamente nessa época (1810), visitou Fortaleza, não a enxergava com otimismo: “Não obstante a má impressão geral, pela pobreza do solo em que esta Vila está situada, confesso ter ela boa aparência, embora escassamente possa este ser o estado real dessa terra. A dificuldade de transportes (…), e falta de um porto, as terríveis secas, [todos esses fatores] afastam algumas ousadas esperanças no desenvolvimento da sua prosperidade”.

Em 1822, com o Brasil independente, o Ceará passou a província; no ano seguinte, a vila de Fortaleza foi elevada a cidade, o que robusteceu o seu papel primaz, dentro já da política de centralização do Império. As propriedades agropecuárias da província, a principal riqueza de então, pertenciam a pouco mais de 1% da população livre. Dado que a Lei de Terras, de 1850, só fez contribuir para a concentração fundiária, estavam fincadas então as bases das desigualdades de renda e riqueza que, embora em menor proporção, observam-se até os dias atuais no Ceará e em Fortaleza.
Fonte: Prefeitura Municipal.

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