Água Branca e Marechal Deodoro – Bico e Renda Singeleza


Imagem: Governo do Estado

O Bico e renda Singeleza, em Água Branca e Marechal Deodoro-AL, é feito sobre uma trama bastante simples, numa minúscula rede de nós.

SECULT-AL – Secretaria de Estado da Cultura
Nome atribuído: Bico e renda Singeleza
Localização: Cidades de Água Branca e Marechal Deodoro-AL
Resolução de Registro: 25/11/2013

Descrição: O bico singeleza é feito sobre uma trama bastante simples, numa minúscula rede de nós. É tradicionalmente confeccionado com agulha, linha e talos de coqueiro. Não precisa de risco, nem de moldes. A linha é a mais simples, de algodão, usada pelas costureiras. Com ela, a rendeira inicia o trabalho pontilhando em um pedacinho de pano que serve de base. Em seguida, coloca um talo bem fino de palha de coqueiro no sentido horizontal, junto à base do pano e faz a primeira ordem de asas, dando uma laçada no talo com a linha em agulha comum. O curioso é que a artesã puxa a agulha no sentido contrário, isto é, pelo fundo. As ordens de casas vão se repetindo, formando uma malha muito fina. De espaço em espaço, a rendeira preenche cinco dessas casas com uma leve decoração a que chama de rosinha. O ponto não varia. É sempre o mesmo para renda, bico e aplicação.
O bico compunha as prendas ensinadas às meninas, como parte de sua educação doméstica. Era utilizado para decorar blusas, golas soltas, mas também barras de anáguas, toalhas, lençóis e outras peças. Confeccionado aos metros em Marechal Deodoro, era comercializado em Maceió, de porta em porta ou “a bordo”, como se dizia antigamente. “Rendar singeleza”, isto é, fazer o bico, era uma prática comum entre as mulheres de Marechal Deodoro. Com o passar do tempo, a renda foi caindo em desuso e as rendeiras migraram para o trabalho com o filé, considerado uma renda mais vistosa e de elaboração mais rápida, que encantava e ainda encanta os compradores. Pela delicadeza da linha e dos pontos a renda faz jus ao nome, pois o resultado é mesmo uma singeleza. Para dona Marinita, a mais ilustre representante do bico singeleza, este oficio é assim percebido: “ a renda é a graça da minha vida. Esqueço do tempo. A gente vai fazendo com vontade que aumente e não pode tirar a vista. Brincou com a verdade erra, perde o ponto. Ai, entroncha tudo.” Dona Marinita morreu em 2006.
Fonte: Secretaria de Estado da Cultura.

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