Barbacena – Sede da Fazenda do Registro Velho


Imagem: Iphan

A Sede da Fazenda do Registro Velho, em Barbacena-MG, foi residência do Inconfidente Padre Manoel Rodrigues da Costa.

IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
Nome atribuído: Sede da Fazenda do Registro Velho – Residência do Inconfidente Padre Manoel Rodrigues da Costa
Localização: 1,2 Km do Km 8, da MG 135, distrito de Sá Fortes – Barbacena-MG
Número do Processo: 1358-T-1995
Livro do Tombo Histórico: Inscr. nº 562, de 10/07/2002
Descrição: A fazenda foi residência do Inconfidente Padre Manoel Rodrigues da Costa.
Fonte: Iphan.

Descrição: Manuel Rodrigues da Costa (Queluz, Minas Gerais, 2 de julho de 1754 — Barbacena, 19 de janeiro de 1844) foi um sacerdote católico, revolucionário e político brasileiro que participou da Inconfidência Mineira e da Primeira Assembleia Nacional Constituinte do Brasil.
Estudou no seminário da cidade de Mariana e ordenou-se padre em 1780, possuidor do Hábito de São Paulo.
Sempre residiu na sua fazenda do Registro Velho, no atual município de Antônio Carlos, na época ainda parte de Barbacena. Nessa fazenda, hospedou Joaquim José da Silva Xavier, que o convenceu a participar na Inconfidência Mineira. Após a delação de Joaquim Silvério dos Reis, foi condenado a degredo de dez anos em Lisboa, em dependências eclesiásticas. Também foram confiscados muitos de seus bens, dentre os quais metade da fazenda Tapera, um título de terras minerais, sua rica biblioteca, móveis, utensílios domésticos, dois escravos, tabaco e uma batina, que atualmente está exposta no Museu da Inconfidência, em Ouro Preto. A Fazenda do Registro Velho foi preservada por ser meação da sua mãe.
Fonte: Wikipedia.

Prefeitura Municipal de Barbacena-MG
Nome atribuído: Conjunto Histórico e Paisagístico da Fazenda do Registro Velho (ausência de área)
Localização: Barbacena-MG
Decreto de Tombamento: Decreto n° 2.956/1993

Descrição: A Fazenda do Registro Velho, um dos marcos históricos mais importantes de Barbacena e Minas Gerais, teve as obras de recuperação iniciadas nesta semana. Através de um acordo entre o município, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o imóvel será reconstruído e futuramente adaptado para receber atividades de educação ambiental e patrimonial. A empresa vencedora da licitação, coordenada pelo Iphan, foi a Minas Nova, que instalou o seu canteiro de obras e começou os trabalhos na última segunda-feira, dia 29 de junho.

A recuperação é minuciosa, com uma nova configuração em busca de preservar o máximo possível da arquitetura original, boa parte perdida após duas tentativas frustradas pelo Iphan de proteger com coberturas de lona o monumento tombado em 2008. O trabalho de reconstrução é dividido em duas etapas: nesta primeira parte, haverá a recomposição do telhado e fixação dos pilares de apoio para permitir que o original não se degrade mais, e posteriormente, ao Município ficará tarefa de executar o projeto, criado pela empresa Gema Arquitetura e Urbanismo. O município de Barbacena, através da Diretoria de Cultura e Turismo da Agir e do Conselho Municipal do Patrimônio Histórico e Artístico (Compha), participou de várias reuniões com as empresas vencedoras da licitação e o Iphan em São João del-Rei e Belo Horizonte. “Estamos dando um importante passo. Felizmente, nossas sugestões de utilização do espaço interno foram acatadas”, ressalta o diretor de Cultura e Turismo da AGIR, Edson Brandão.

A intervenção da Prefeitura foi fundamental para que a fazenda, muito degradada, ganhasse novos contornos. Até então, era um imóvel particular, tombado pelo Iphan, sem que fosse possível a atilização de recursos públicos. “A Prefeitura entrou em uma negociação com a família proprietária, que cedeu uma parte do entorno e a casa em si, e, desta forma, o município pôde colaborar com o Iphan para que isso acontecesse. Do contrário, mesmo tendo os recursos, a obra não poderia ser realizada”, explica o diretor de Cultura e Turismo.

As obras do telhado e da estrutura ficarão prontas em 60 dias. E, em breve, o município terá acesso ao projeto para dar sequência à recuperação.

Novos rumos
Uma vez reconstruída, a sede da Fazenda do Registro Velho poderá se converter em um espaço de utilidade pública, através de parcerias para ser utilizado como um centro de educação patrimonial e ambiental. A proposta é que o projeto reconte a história da casa erguida no início do século XVIII e reforce a importância histórica e ambiental do Rio das Mortes, que passa perto do local. “É um marco muito relevante, por onde passaram viajantes do Caminho Novo, testemunha de diversos fatos históricos, como o Ciclo do Ouro e a Inconfidência Mineira. Por isso, a reconstrução da casa da fazenda é uma questão de honra para a preservação da memória e identidade de nossa região e Minas Gerais”, explica o arquiteto Sérgio Ayres, presidente do Conselho Municipal do Patrimônio Histórico.
Fonte: Prefeitura Municipal.

Histórico do município: Antes da dominação europeia do atual território que delimita o município de Barbacena, a região era ocupada por grupos indígenas das etnias Puri, Coropó e Coroados. Os últimos remanescentes dos primeiros habitantes do que viria a ser a Comarca do Rio das Mortes foram percebidos por viajantes estrangeiros até a primeira metade do Século XIX. Mortos, expulsos de suas terras ou miscigenados e induzidos ao alcoolismo, pouco deixaram de seu mundo. Artefatos arqueológicos ainda hoje são encontrados na região. Nada mais restou deles.

Caminho Novo: A história da Vila de Barbacena tem início em 1698, quando o Capitão Garcia Rodrigues Paes, filho do bandeirante Fernão Dias Paes, abre um caminho mais curto para a ligação entre o Rio de Janeiro e o interior das Minas Gerais. Assim surgiu o primeiro núcleo colonial desta imensa região, no entroncamento dos Caminhos Velho e Novo, posteriormente, Estrada Real. Por este Caminho Novo não só passaram todas as riquezas do Ciclo do Ouro, como também vários episódios históricos, entre eles, a reação armada à invasão do Rio de Janeiro, pelo corsário francês Duguay-Trouin, em 1711, a Guerra dos Emboabas e a Inconfidência Mineira. Os locais referenciais dessa época são as Fazendas do Registro (hoje Sá Fortes) e Borda do Campo (hoje Antônio Carlos).

O Arraial da Igreja Nova: O nascimento do arraial começou pela construção capela consagrada a Nossa Sra. da Piedade que tornou-se matriz em 1726. A capela ainda permanece na Fazenda da Borda. Com a distribuição de muitas sesmarias na região, esta ficou pequena para o grande número de moradores da Borda do Campo, por isso decidiu-se pela construção de uma igreja maior, em terras da Fazenda da Caveira de Cima. A decisão se deu em 1725. Em torno desse templo, em 1753, foi autorizada a construção de casas. O arraial se expandiu à medida que pequenas casas comerciais se estabeleciam para atender os tropeiros que circulavam na Comarca do Rio das Mortes. Em 1791, com a exploração do ouro já em decadência, o então Arraial da Igreja Nova de Nossa Senhora da Piedade da Borda do Campolide, foi elevado à categoria de vila, recebendo o nome de Barbacena. Uma homenagem oportunista ao Visconde de Barbacena, nobre português que governava Minas Gerais. Esse acontecimento se deu simultaneamente aos desdobramentos da Inconfidência Mineira, denunciada em 1789. Cinco dos principais envolvidos no movimento, incluindo Joaquim da Silva Xavier e Joaquim Silvério dos Reis, tinham ligações com Barbacena. O dono da Fazenda da Borda do Campo, José Ayres Gomes foi expulso do Brasil, teve suas terras confiscadas e morreu esquecido em Moçambique, na África. O irmão de Tiradentes, Padre Antônio da Silva Santos e o delator Silvério dos Reis moravam na vila de Barbacena. O padre, na Rua Tiradentes, o traidor, na região do Pontilhão.

O nome: Barbacena é a denominação dada ao Arraial da Igreja Nova, quando de sua emancipação em 14 de agosto de 1791. Era o governador de Minas, Luiz Antônio Furtado do Rio de Mendonça, o Visconde de Barbacena que, em meio ao processo de repressão à Inconfidência Mineira, estava sendo pressionado pela população do Arraial a separá-lo do termo de São João Del-Rei. O nome de Barbacena significa, ‘Cabana de Bárbaros’ e é originário de uma aldeia de bárbaros localizada na atual região de Elvas, cidade portuguesa do Alentejo, que até hoje mantém um pequeno distrito com o mesmo nome. A família nobre que ostentava o titulo de senhores de Barbacena marcou a história brasileira com um Vice-rei, um governador da capitania do Rio de Janeiro, de Minas Gerais – o sexto visconde de Barbacena que deu o seu nome à cidade. O Visconde de Barbacena, apesar de ser visto historicamente no Brasil como o algoz dos Inconfidentes, era um nobre culto, especializado em mineralogia e ciências. De volta a Portugal, fez parte do grupo de nobres que não acompanhou a fuga da Corte Portuguesa, em 1808, quando Napoleão Bonaparte, dominou Portugal. Foi um dos interlocutores para garantir que não haveria ataques à população civil. Foi preso por Napoleão.

Independência e República: No século XIX, Barbacena continua como uma passagem estratégica para todos que se dirigem ao interior de Minas. Torna-se rota comercial importante e entreposto de víveres e escravos africanos. Com sua influência política consolidada, a Câmara Municipal de Barbacena tem participação ativa na movimentação pela independência do Brasil e mesmo chega a remeter carta a D. Pedro I, ofertando a cidade como capital do Brasil, em caso de ataques da metrópole ao Rio de Janeiro. Personagem de destaque deste período é o Padre Manoel Rodrigues da Costa, dono da Fazenda do Registro Velho, que viveu 92 anos. O suficiente para participar da Inconfidência Mineira, receber anistia da Coroa Portuguesa, participar da Independência, representar o Brasil nas Cortes Portuguesas, apoiar a maioridade de D. PedoII e apoiar a Revolução Liberal de 1842. Na maior parte do Século XIX, os grandes fazendeiros comandam a cidade econômica e politicamente. Os imperadores do Brasil, pai e filho visitaram Barbacena em várias épocas. D. Pedro I, concedeu à Vila, o título de “muito nobre e leal”. Mas a lealdade à monarquia brasileira não impediu que o Movimento Republicano ganhasse força entre a elite política local, mesmo com vários barbacenenses de famílias importantes como os Magalhães, os Lima Duarte, os Armond e outras, ocupando cargos importantes nos ministérios e na diplomacia brasileira. Ainda assim, o último monarca brasileiro visitou a cidade três meses antes da Proclamação da República. Aqui se formou um grupo paramilitar de jovens que se propunha a enfrentar Antônio Conselheiro, visto na época como antirrepublicano. Foi a “Centúria Republicana”.
Fonte: Prefeitura Municipal.

FOTOS:

MAIS INFORMAÇÕES:
 SICG – Iphan
Coordenadoria das Promotorias de Justiça de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico
Prefeitura Municipal
Wikipedia


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