Piauí – Cajuína


Fazendo Cajuina

Imagem: IPHAN

A Cajuína faz parte dos rituais de hospitalidade das famílias no Piauí. O consumo da cajuína é um ato de degustação.

IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
Nome Atribuído: Produção Tradicional e práticas socioculturais associadas a Cajuína no Piauí estadual
Localização: Estado do Piauí
Abrangência: Estadual
Livro de Registro de Saberes: Inscr. nº 30, de 05/15/2014
Descrição: A Produção Tradicional e Práticas Socioculturais Associadas à Cajuína no Piauí foi inscrita no Livro de Registro dos Saberes, pelo Iphan, em maio de 2014. O modo de fazer e as práticas socioculturais associadas à cajuína são bens imateriais devido, em grande parte, a sua imersão nos rituais de hospitalidade das famílias no Piauí. O consumo da cajuína é um ato de degustação, geralmente acompanhado de comentários e comparações sobre as qualidades daquela garrafa da bebida, ressaltando sua cor, doçura, cristalinidade, leveza ou densidade, qualidades que derivam tanto do caju escolhido quanto das técnicas de cada produtor.
Fonte: Iphan.

Descrição: O pedido de registro da Produção Tradicional e Práticas Socioculturais Associadas à Cajuína no Piauí foi apresentado pela Cooperativa de Produtores de Cajuína do Piauí (CAJUESPI). O modo de fazer e as práticas socioculturais associadas à cajuína são bens culturais que surgem junto com os rituais de hospitalidade das famílias proprietárias de terras no Piauí. As garrafas de cajuína, atualmente também são vendidas, na maior parte das vezes eram dadas de presente ou servidas às visitas, e ainda oferecidas em aniversários, casamentos e outras comemorações.
Mesmo sendo uma bebida, ela assume o simbolismo de alimento e poderá ser inscrita na mesma tradição dos doces, bolos, biscoitos e outros saberes prendados cultivados para abastecimento do lar no Nordeste. A cajuína alçou mercados externos ao Piauí, e ao mesmo tempo em que é valorizada como produto de forte apelo regional e cultural, reforça os sentidos de pertencimento e identidade dos piauienses e brasileiros.

Uma bebida que revela o sentimento de uma família: O consumo da cajuína é um ato de degustação, geralmente acompanhado de comentários e comparações sobre as qualidades daquela garrafa da bebida, ressaltando sua cor, doçura, cristalinidade, leveza ou densidade, qualidades que derivam tanto do caju escolhido, quanto das técnicas de cada produtor. Essas referências revelam o sentimento de pertencimento do grupo ou família produtora e reforçam os laços entre os membros das redes familiares por onde a cajuína circula.
A cajuína é uma bebida não alcoólica, feita a partir do suco do caju separado do seu tanino, por meio da adição de um agente precipitador (originalmente, a resina do cajueiro, durante muitas décadas a cola de sapateiro e atualmente, a gelatina em pó), coado várias vezes em redes ou funis de pano, em um processo que recebe o nome de clarificação. Oo suco clarificado é então cozido em banho-maria em garrafas de vidro até que seus açúcares sejam caramelizados, tornando a bebida amarelada, e permitindo que possa ser armazenada por períodos de até dois anos.
O modo tradicional de produção da cajuína foi desenvolvido ao longo do tempo e ainda que seja semelhante em todos os núcleos produtores, cada um desenvolveu pequenas melhorias e aperfeiçoou técnicas específicas que podem produzir certas diferenças no seu produto final, distinguindo o sabor da sua bebida dos demais produtores. O controle de cada uma das etapas de produção reflete na qualidade de cada garrafa da bebida.
Fonte: Iphan.

FUNDAC – Fundação Cultural do Piauí
Nome atribuído: Modo de fazer tradicional da cajuína do Estado do Piauí
Resolução de Tombamento: n° 13.068, de 15/05/2008
Publicação do Diário Oficial: n° 90
Natureza do bem: Modo de fazer
Livro de Registro:
 Inscrito em 16/04/2012
Descrição: Bebida derivada do caju, tem origem étnica que remonta a história indígena. Era costume desses grupos a cauinagem, sendo um dos mais importantes rituais dessas populações. O “acaiu” ou açaí-ou ( nome tupi do que é conhecido como caju) era ainda componente importante em suas dietas e também no uso medicinal. Grupos indígenas foram os principais responsáveis pela difusão desse vegetal pelo nordeste ao mesmo tempo que impulsionou correntes migratórias desses grupos para esta região do país. Devido ao contato interétnico, supostamente conflituoso, costumes ligados ao modo de fazer da bebida indígena foram parcialmente assimilados por populações não indígenas e em especial por família abastadas, que tinham como praxe oferecer a visitantes, constituindo em um ato de reafirmação de laços familiares e de amizade. É nesse contexto que a bebida passa a ser denominada cajuína. Outras atualizações são de cunho mercadológico e tem alterado traços significativos do modo de fazer tradicional da cajuína.
Tais modificações que tem alterado desde os ingredientes utilizados para fazer a bebida ao modo como esta é preparada pode vim a afetar uma forma de saber que é um elemento importante na formação da identidade cultural piauiense.
Essas mudanças tem impulsionado a necessidade de um plano de salvaguarda do modo de fazer cajuína.
Fonte: Fundac.

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Fonte: Iphan

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