Ouro Preto – Fábrica de Ferro Patriótica


Imagem: Google Street View

A Fábrica de Ferro Patriótica, em Ouro Preto-MG, foi tombada por sua importância cultural.

IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
Nome atribuído: Fábrica de Ferro Patriótica: ruínas
Localização: Distrito de São Julião – Ouro Preto-MG
Número do Processo: 31-T-1938
Livro do Tombo Histórico: Inscr. nº 72, de 30/06/1938

Descrição: A Fábrica de Ferro Patriótica foi fundada pelo Barão de Eschwege, tendo sido construída em terreno de propriedade do Barão de Paraopeba, que mais tarde viria a ser seu sócio. Os trabalhos de construção tiveram início em fins de 1811 e, a 12 de dezembro de 1812, deu-se a primeira corrida de ferro no Brasil, o que confere à Fábrica Patriótica de São Julião um papel fundamental na história da siderurgia no Brasil.
O Barão de Eschwege, fundador da fábrica de ferro e um dos pioneiros da indústria em nosso país, era alemão de origem, engenheiro e naturalista. Seus primeiros trabalhos na Alemanha foram dedicados à mineralogia. Chegou ao Brasil por ocasião da viagem da Família Real, em 1808, sendo aqui nomeado Tenente-Coronel do Real Corpo de Engenheiros de Vila Rica, Intendente das Minas de Ouro e Curador do Real Gabinete de Mineralogia. Realizou diversas viagens de estudos e observação científica em Minas e São Paulo, quando então fundou a fábrica, em fins de 1811.
Conforme o projeto da fábrica, foram instalados quatro fornos, duas forjas de ferro, um malho, bem como um engenho de socar, instalados num único edifício. O malho, com os respectivos cabos, bigornas e aspas, foi importado da Inglaterra pelo governo brasileiro e doado à fábrica, tendo sido o primeiro no Brasil que, movido a força hidráulica começou a forjar o primeiro ferro, produto dos fornos desta primeira fábrica. Alguns anos depois construiu-se, em nível inferior, um telheiro para o malho e as duas forjas. De acordo com o plano primitivo, o malho foi disposto entre as forjas, o que permitiu a instalação, no mesmo prédio, de quatro outros pequenos fornos de fundição, possibilitando o uso alternado dos fornos.
A fábrica encerrou suas atividades provavelmente em 1822, após a partida de von Eschewege para a Europa, em razão de divergências entre os principais acionistas da empresa. O plano do barão era de antecipar a fabricação da grande usina do Morro do Pilar, assim como a de Ipanema e de ser, assim, a primeira fábrica de produzir ferro industrialmente, no Brasil. A sua atividade científica ao regressar à Europa continuou ligada ao Brasil, na base de anotações feitas nas viagens que efetuou, resultando em diversas obras sobre geologia e riquezas minerais, destacando-se a obra “Pluto Brasiliensis” ou a “Riqueza do Brasil em Ouro, Diamante e outros minerais,” 1833. Abandonada a fábrica, em breve transformava-se em ruínas, que ora são conservadas pelo IPHAN como testemunho histórico da indústria siderúrgica. Vêem-se ainda os vestígios das construções e de algumas paredes de pedra.
Texto extraído de: Arquivo IPHAN. CARRAZZONI, Maria Elisa. Guia dos Bens Tombados. 1984. SOUZA, Wladimir Alves de: Guia dos Bens Tombados. Minas Gerais. 1984.
Observações: Esta foi a primeira fábrica de ferro no Brasil.
Fonte: Iphan.

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Comentários

  1. Admilson Junior |

    ”O Barão de Eschwege, fundador da fábrica de ferro e um dos pioneiros…” Triste ouvir isto, sabemos que ele não foi o pioneiro, que a técnica, pela qual, aprendeu está foi ensinada por um negro africano que nem seu nome é citado.

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