Entre-Ijuís – Povo de São João


Imagem: Acervo Digital do Iphan

O Povo de São João, em Entre-Ijuís-RS, foi tombado por sua importância cultural.

IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
Nome atribuído: Povo de São João: ruínas e remanescentes do Povoado
Localização: São João, localidade de Entre-Ijuís – Entre-ijuís – RS
Número do Processo: 813-T-1969
Livro do Tombo Histórico: Inscrito em 01/1970

Descrição: Ao longo dos séculos XVII e XVIII, o território do atual Rio Grande do Sul foi palco de acirrada disputa entre as Coroas de Espanha e de Portugal. Os espanhóis, que de acordo com o Tratado de Tordesilhas eram proprietários da região, tentaram garantir sua posse por meio da conversão das populações indígenas ao catolicismo – projeto que asseguraria, também, a difusão da fé cristã -, enquanto os portugueses faziam incursões temporárias, em busca de minas de ouro e de prata. Por determinação de Felipe II, rei de Espanha, o trabalho de catequese iniciou em 1610, em terras paraguaias, alcançando o atual Rio Grande do Sul a partir de 1626.
Nessa extensa região, também composta pelos atuais territórios da Argentina e Uruguai, os padres jesuítas fundaram, com os índios Guarani, 30 aldeamentos conhecidos como “reduções”, 7 dos quais em solo hoje brasileiro, posteriormente chamados Sete Povos das Missões. As reduções eram complexos que reuniam edificações (igreja, moradias, colégio e oficinas), construídas com técnicas distintas, além de estâncias e ervais. Eram auto-sustentadas pela prática da agricultura, da pecuária (com gado introduzido pelos jesuítas) e do artesanato, num sistema de trabalho cooperativo que combinava a introdução de novas tecnologias com a adaptação de técnicas indígenas tradicionais, propiciando o desenvolvimento da arquitetura e das artes. Algumas reduções chegaram a reunir 7000 indígenas, preparados, também, para a defesa contra a escravização resultante dos freqüentes ataques dos bandeirantes paulistas.
Em 1750, o Tratado de Madri estabeleceu novos limites entre as terras de Portugal e Espanha, determinando a entrega das reduções localizadas à margem esquerda do rio Uruguai aos portugueses, em troca da Colônia do Sacramento, o que provocou a Guerra Guaranítica, a expulsão dos jesuítas e a decadência das Missões, dizimadas por um exército constituído pelas duas Coroas. A redução de São João Batista foi fundada em 1697 pelo padre tirolês Antônio Sepp, com famílias indígenas provenientes da redução de São Miguel Arcanjo. Com grandes conhecimentos científicos e artísticos, o Padre Sepp iniciou a metalurgia nas missões, extraindo o ferro pelo aquecimento da pedra itacurú, abundante na região.
Hoje, no local, podem ser identificados os remanescentes da igreja, do cemitério e do colégio, além de estruturas complementares como olarias, barragem, estradas. Uma mostra com achados arqueológicos e históricos da redução e uma trilha ecológico-cultural complementam o roteiro de visita.
Fonte: Iphan

FOTOS:

MAIS INFORMAÇÕES:
COPEDOC / IPHAN
John Bury
Wikipedia


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