Iguape – Colônia Katsura


Imagem: Dossiê de tombamento

A Colônia Katsura, em Iguape-SP, foi iniciada quando os primeiros imigrantes desembarcaram no Porto de Santos, em 1908.

IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
Nome atribuído: Bens Culturais da Imigração Japonesa no Vale do Ribeira
Localização: Iguape-SP
Número do Processo: 1565-T-2008
Livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico: Inscrito em 03/2013
Livro do Tombo Histórico:
 Inscrito em 03/2013
Livro de Belas Artes: Inscrito em 03/2013
Composição: Engenho, Sede Social e Residência Colônia Katsura
Dossiê de Tombamento: Bens da imigração japonesa no Vale do Ribeira

Descrição: A colonização japonesa no Vale do Ribeira teve um caráter completamente diferenciado em relação às demais iniciativas de fixação desses imigrantes no território paulista, uma vez que esses já se instalaram na região como pequenos proprietários. Sua presença na região prende-se aos primórdios da imigração japonesa no Brasil, quando os primeiros imigrantes desembarcaram no Porto de Santos, em 1908.
O primeiro passo para viabilizar a constituição dessas colônias na região foi dado em 1912, entre o Governo do Estado de São Paulo e o Sindicato de Tóquio (Hasegawa & Rueda, 1932). O compromisso era de doação de uma vasta extensão de terras devolutas no Vale do Ribeira, além de concessão de recursos financeiros e de isenção de impostos. Em contrapartida, a instituição japonesa deveria introduzir duas mil famílias na região, num período de quatro anos. O contrato foi repassado pelo Sindicato para a Brasil Takushoku Kaisha, em 30 de junho de 1913, empresa posteriormente incorporada a Kaigai Kogyo Kabushiki Kaisha (KKKK, também chamada de Kaiko ou de Companhia de Desenvolvimento Internacional). A partir de 1917, a Kaiko conduziria toda a colonização japonesa no Vale do Ribeira.
A escolha do Vale do Ribeira foi estratégica: ao percorrer o Brasil procurando terras para os colonos, o advogado do Sindicato se interessou pela ampla região de várzea, ideal para o cultivo do arroz ao qual o colono estava acostumado e, além disso, próxima ao litoral. As terras doadas pelo Estado localizavam-se junto ao porto fluvial de Registro, atual município de mesmo nome, mas que à época pertencia a Iguape. Apesar disso, foi em outro local, a quilômetros de distância e à jusante deste porto fluvial, que foi instalada a primeira col{nia de japoneses no Vale: a Colônia Katsura. Os dois núcleos que se seguiram foram Registro e Sete Barras, o último a ser criado. No entanto, dos três núcleos, o único que testemunha, ainda hoje, a história da colonização japonesa expressa em sua paisagem é o de Registro.
Os três núcleos de colonização diferenciam-se quanto à origem das terras e a sua dimensão total, além de suas trajetórias de ocupação ao longo da história. Katsura e Registro fazem parte de políticas públicas promovidas para o assentamento de colonos em áreas consideradas vazias, enquanto em Sete Barras, foi um projeto privado, de capital japonês, via KKKK, que viabilizou a sua criação por meio da aquisição das terras a baixo preço.
Fonte: Nascimento; Scifoni, 2008, p. 31-33

FOTOS:

MAIS INFORMAÇÕES:
IPHAN
IPEA
Nascimento; Scifoni
Patrimônio vale do ribeira


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